Na antecâmara do que muitos especialistas antecipam poder vir a ser um choque económico severo a nível internacional, há um país que volta a destacar-se como o lugar mais seguro e convidativo para viver e comprar casa: Portugal. Isso mesmo confirmou, recentemente, em entrevista ao semanário "Expresso", Tuomas Malinen, economista de uma consultora de macroeconomia com sede em Helsínquia, depois de manifestar alguma preocupação com o futuro da União Europeia. "Portugal é um bom país para se estar neste momento", sublinhou, referindo-se à posição geográfica e política privilegiada que o país ocupa na atual conjuntura mundial. Num momento em que o mundo enfrenta vários desafios, desde a guerra à crise energética, este posicionamento é uma espécie de cartão de imunidade que permite, a quem vive em Portugal, continuar a ter um elevado padrão de qualidade de vida.
"Portugal não é muito dependente da energia russa. Portanto, não passará mal. Além disso, tem sol e mar", elogiou o professor, analista e economista nórdico. Os franceses perceberam isso há muito tempo, pelo que continuam a canalizar os seus investimentos para imóveis lusitanos, preferencialmente localizados no Algarve, devido ao sol e ao golfe, no Porto e no Norte de Portugal. Em Vila do Conde, cidade costeira situada na foz do Rio Ave, a procura das moradias e apartamentos situados na marginal, cujos terraços e varandas oferecem tranquilidade e vista mar, também tem aumentado nos últimos anos. Os britânicos, os brasileiros, os alemães e os chineses seguem-lhes o exemplo, como atesta a experiência da LUXIMOS Christie's International Real Estate, aqui num testemunho dado por Ricardo Costa, CEO da empresa vocacionada para o mercado premium.
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A especialidade de Tuomas Malinen nem sequer é o setor imobiliário, mas do seu estudo contínuo sobre as crises que abalaram as economias do mundo inteiro, algo resulta muito óbvio: "Se olharmos para a geografia da Europa, os portugueses estão no canto certo do continente. Estão bastante longe da Rússia e estão perto de África e podem obter energia de países africanos, que não lhes cortarão o fornecimento. Os portugueses não se sentem ameaçados militarmente por ninguém. É um bom país para se estar neste momento", insistiu. Em sentido oposto, continuou, "o pior lugar é Itália. A Alemanha também não está numa boa situação, e os países nórdicos devem unir-se", aconselhou.
O posicionamento de Portugal e as suas virtudes naturais concorrem para que o país seja recorrentemente eleito como o melhor lugar do mundo para viver (foi assim, também, durante a pandemia de covid-19). Nesse sentido, certamente já ninguém se surpreende quando Portugal insiste em "dar cartas" nos óscares do Turismo, como voltou agora a acontecer pela quinta vez em seis anos. O país do sol e do mar, da segurança e da hospitalidade, foi mais uma vez eleito Melhor Destino Turístico da Europa, na edição dos World Travel Awards 2022. De resto, não foi galardão único, arrecadou mais de três dezenas de prémios em várias categorias, incluindo na de Melhor Destino de Cidade (Porto), Melhor Destino de Praia (Algarve) e Melhor Atração Turística (Passadiços do Paiva).
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Se é verdade que já ninguém fica espantado, é igualmente verdade que as distinções sucessivamente atribuídas ao país não passam ao lado dos cidadãos estrangeiros que continuam a querer investir no imobiliário português ou a mudar de residência, nomeadamente através do programa de Autorização de Residência para Atividades de Investimento (Vistos Gold), nem dos grandes empresários nacionais. Numa entrevista concedida a Francisco Pinto Balsemão, para o podcast "Deixar o Mundo Melhor", a empresária Paula Amorim não resistiu a partilhar, também, o seu otimismo: "Portugal está, sem dúvida, no radar do turismo e dos investidores". A presidente da Galp defende, no entanto, que o país não está vocacionado para o turismo de massas: "Pelas suas características geográficas, culturais, pela sua arquitetura, não há espaço, em Portugal, para turismo de massas. Não é esse o caminho para um país, que deve ser preservado."
Independentemente da opinião sobre o segmento em que deve focar-se o país, Portugal soma e segue no estrangeiro. Já não é apenas o país do sol e do mar, dos reformados e de quem quer descansar. É também o país de quem quer trabalhar e apostar a sério no futuro. Por isso mesmo, as cidades do Porto, Gaia e Matosinhos uniram-se para criar uma marca - a Greater Porto -, com a qual vão dar-se a conhecer aos mercados internacionais, nomeadamente o americano, o europeu e o do Médio Oriente. "O país está bem visto do ponto de vista de investimento", reconheceu, também em declarações ao "Expresso", Ricardo Valente, vereador com a pasta da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara do Porto. E foi mais longe: "O Porto irá fechar possivelmente com o seu melhor ano de sempre ao nível do investimento. Felizmente conseguimos já atrair empresas de dimensão dos EUA ou Dinamarca, e pela primeira vez temos uma empresa tecnológica austríaca a montar o seu centro de tecnologia no Porto (Parkside). Isto significa o reconhecimento da cidade enquanto hub tecnológico, que vai além da lógica inicial de empresas francesas e alemãs. Alargamos a captação de empresas a outras geografias, como à Irlanda do Norte e Reino Unido."
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