A pandemia que afeta o mundo inteiro está a desencadear várias mudanças no comportamento social. No setor imobiliário, também já há alterações visíveis, sendo que a mais evidente é a mudança do perfil de casaprocurada pelos investidores. Em Portugal, os compradores de imóveis estão a optar por casas maiores, com mais área verde, mais recintos ao ar livre, como varandas ou terraços, e mais equipamentos, como piscinas ou ginásios - ou espaço para os instalar. Em causa está a evidência de que a nossa casa deve ser cada vez mais o nosso cofre forte, sem que isso implique qualquer subtração dos prazeres quotidianos da vida. O recurso crescente ao teletrabalho também exige uma moradia ou apartamento mais amplos.
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A LUXIMOS Christie's International Real Estate, que tem atualmente cerca de 50 empreendimentos em carteira, já possui vários condomínios fechados que oferecem desde campos de ténis, padel e golfe, até pistas de jogging, pelo que a agência imobiliária pouco se ressentiu, em termos de procura, durante o período pandémico. É justamente o padrão de imóveis com que trabalha, destinado ao segmento médio-alto e alto, tanto no Porto e Norte de Portugal como no Algarve, que permite concluir que a exigência está ainda mais alta - e mais virada para o contacto com a natureza.
Ricardo Costa, CEO da LUXIMOS Christie’s explicou, numa entrevista recente, a evolução deste cenário nas várias regiões do país em que opera a sua empresa. No Porto, cuja zona mais disputada para viver e para investir continua a ser a ocidental, "voltada para o mar e para o rio", foi notória, nos últimos meses, "a maior procura por casas elegantes, de maior dimensão, com jardins amplos e muitas vezes com piscinas, para assegurar a privacidade das famílias". De acordo com o empresário, "as famílias perceberam que se tivessem tido uma casa com mais espaço e jardim durante o período de confinamento, o esforço de reclusão teria sido menor". E concretiza: "Mudava a luz no interior da casa, mudava o cenário das refeições, mudava o ar respirado, mudava a preocupação com as crianças e mudava o tipo de atividades que todos poderiam praticar, desde jogos infantis à jardinagem".
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Outra alteração é a procura de condomínios com poucas frações. A propósito, Ricardo Costa dá como exemplo o novo condomínio AQUARELLE, nos Pinhais da Foz, que contempla apenas 14 apartamentos, todos com acesso ao exterior através de enormes varandas que se somam ao jardim privativo. Outro exemplo idêntico é o luxuoso Marechal Saldanha Prestige, edificado na zona mais nobre da Foz do Douro, a cem metros da praia, e que compreende apenas seis extraordinários apartamentos. A Foz, lembra Ricardo Costa, "foi sempre vista como um reservatório de valor e de qualidade de vida que nunca se degradou".
No Algarve, o cenário é de continuidade. Ou seja, "a procura de casas amplas, com vastas áreas verdes, já não é novidade", afirma. "A região tem uma oferta muito vasta de propriedades de luxo, ao longo dos cerca de 150 Km de costa. O terraço, o pátio, a varanda ou o jardim há muito que fazem parte das prioridades de quem investe no sul do país". Portanto, sublinha, "ali, não houve alteração de tendência". Houve talvez um reforço do que já era uma prática comum entre os clientes internacionais que representam a fatia esmagadora que recorre à LUXIMOS Christie's para comprar casa. "As casas rodeadas por espaços verdes, seja o seu próprio jardim, seja o resort de golfe com todas as comodidades, continuam a ser os reis do investimento."
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O discurso volta a ser acompanhado por exemplos concretos. Em Lagos, há dois condomínios que se destacam: o condomínio privado Palmares Beach & Golf Resort, especialmente construído a pensar nos amantes do golfe, da praia e do ar puro, que oferece nada menos do que três campos de golfe, vista mar e vista para o estuário de Alvor; e o condomínio privado desenhado pelo premiado arquiteto Mário Martins, situado entre a marina e o centro histórico, que brinda os moradores com piscina, ginásio, sauna, jardins, terraços e uma imbatível proximidade da praia.
Assim, quando Ricardo Costa, no decorrer da entrevista, foi questionado sobre o futuro do Algarve, a resposta foi rápida, não deixando margem para dúvidas. "O Algarve vai sair vencedor desta crise", garantiu, "porque é internacionalmente reconhecido como um destino familiar, a poucas horas de qualquer capital europeia, e com menor densidade populacional do que outros locais turísticos. Continua a dar tudo o que é bom - sol, praias, golfe, natureza - e agora entra também no ranking dos locais mais apetecíveis para trabalhar à distância, em ambiente familiar, com segurança, excelente relação qualidade-preço e extensa oferta de escolas internacionais." Não é à toa que a insuspeita revista americana "Forbes" elegeu o Algarve como sendo o melhor destino para os reformados estrangeiros viverem depois da pandemia, justificando a escolha com o facto de a região possuir "as condições ideais para qualquer pessoa atingir a felicidade".
Confrontado com uma eventual desaceleração do ciclo económico, o representante da Christie's no Porto e no Algarve, reiterou que "Portugal tem todas as condições para manter os níveis de procura e investimento estrangeiro". Contudo, ressalvou, "é importante que se mantenham os programas destinados a captar o interesse internacional". Quanto ao mais, concluiu, "todos os investidores sabem que o clima de incerteza é um excelente momento para investir. E desta vez não está a ser diferente."
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