Adquirir uma casa representa, normalmente, o maior investimento de uma vida. Se perguntar a um agente imobiliário qual é o factor que ele mais privilegia num imóvel, o mais provável é que lhe responda apenas com uma palavra: localização. E a resposta não é despicienda. De facto, o valor de uma propriedade está tão dependente da zona em que está edificada como da qualidade da habitação propriamente dita – o valor de mercado, claro; mas também o valor afetivo e prático.
É por isso que quando se trata de comprar uma moradia ou um apartamento numa geografia cujo traço distintivo é a presença do oceano, como é o caso do Algarve, é importante gastar algum tempo a pensar na localização. Num país como Portugal, com uma extensa costa atlântica povoada por algumas das melhores praias da Europa, a primeira tentação é a de fazer uma escolha em que luxo rima com vida em frente ao mar.
Se pensarmos em alguns dos 16 municípios que fazem do sul do país um dos territórios mais sedutores do mundo, como Aljezur, na paradisíaca costa vicentina, ou Tavira, cuja dieta mediterrânica está inscrita na lista da UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, ou Lagos, historicamente ligada aos Descobrimentos Portugueses, ou Albufeira, considerada pelo site “Cheerfulway”, como o melhor lugar para viver em Portugal, é normal que não queiramos desperdiçar a vizinhança do mar, com tudo o que ela oferece: desde os passeios na marginal a qualquer hora, até ao acesso privilegiado ao peixe fresco, por exemplo.
É uma opção legítima pensar num apartamento novo e moderno com um terraço que saiba tirar partido da beira-mar ou numa casa contemporânea em que possa sentir-se o cheiro da maresia. Mas vale a pena equacionar outras variáveis. Porque o Algarve também é Portimão e a prova de Fórmula 1, também é serra, também é o Carvoeiro e a sua vila piscatória, também é Alvor e o seu aeródromo, também é golfe, também é marina e é neste ambiente que pode adquirir um luxuoso terreno ou uma casa de campo. Estas opções não subtraem o mar, acrescentam-se ao mar.
A escolha que deve fazer antes de comprar (ou vender) um imóvel novo ou recuperado deve basear-se no destino que pretende dar-lhe. A melhor sugestão passa por idealizar a rota do que é a sua vida quotidiana, seja ela de trabalho, de família ou de lazer. Porque se a proximidade do mar é apetecível, a contiguidade com serviços, comércio, centros culturais, restaurantes ou transportes também é relevante, sobretudo se tiver filhos. Ou, pelo contrário, o afastamento de tudo isso, se estiver apostado na tranquilidade e privacidade máximas.
No concelho de Loulé, há três locais míticos de renome internacional – Vilamoura, Quinta do Lago e Vale do Lobo, estes dois últimos na freguesia de Almancil – que podem apresentar-lhe uma nova forma de viver a vida. Esse designado Triângulo Dourado algarvio é por vezes comparado ao do Sudeste Asiático (Tailândia, Laos e Myanmar): não porque reúna três países mas porque congrega três locais de beleza e qualidade ímpares.
Seja qual for a sua escolha, perto ou longe do mar, o que nunca pode descurar é o bairro em que vai viver, porque disso depende grande parte da segurança; a vista da janela, porque disso depende o seu humor matinal; a iluminação natural da casa, porque disso depende a sua preservação; a área de lazer, como jardim ou piscina, porque disso depende o seu bem-estar e da sua família; e a beleza circundante. Não é um pormenor viver numa avenida cheia de tráfego ou numa colina silenciosa.
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