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Portugal, o país do Sul da Europa onde todos querem viver

Portugal, o país do Sul da Europa onde todos querem viver

Milhares de pessoas, da China ao Brasil, passando pelos EUA, estão fazendo as malas, para se mudarem definitivamente para Portugal. Saiba porquê.

CNN Travel garante que em Portugal se pratica uma espécie de mantra oficioso, segundo o qual devemos "trabalhar para viver" e não "viver para trabalhar". E acrescenta que num país que possui mais de 900 quilômetros de costa, com 300 dias de sol por ano, e uma das mais suculentas gastronomias do mundo, viver assim, devagar, eventualmente numa moradia ou apartamento com vista mar, é mesmo uma inevitabilidade. E diz ainda que isso ajuda a explicar por que razão tantos milhares de pessoas, da China ao Brasil, passando pelos EUA, estão fazendo as malas, para se mudarem definitivamente para este pequeno país do sul da Península Ibérica. É uma visão romântica, exagerada como convém ao romantismo, mas não exatamente falsa. As razões concretas são, contudo, mais vastas e se prendem também com a enorme segurança, com a estabilidade política, com o preço dos imóveis, com a qualidade e o acesso ao serviço nacional de saúde, com a hospitalidade e a fluência em inglês dos portugueses e com a qualidade de vida, entre muitos outros fatores.

 

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Neste extenso rol de razões, não é possível ignorar os benefícios fiscais e os vários programas de vistos que o governo português concede aos estrangeiros que queiram investir ou comprar casa em Portugal, o que tem vindo a transformar o país num dos destinos mais atrativos para cidadãos de fora da União Europeia e do Espaço Econômico Europeu que pretendem viver e/ou trabalhar na Europa. A mais recente oferta nacional diz respeito aos nômadas digitais, como pode ler aqui.

 

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Mas existe também o Visto D7 Portugal, que reconhece a possibilidade de residência a pessoas reformadas ou detentoras de rendimentos próprios, e o Golden Visa, que permite fixar residência e investir em Portugal e no Espaço Schengen mediante uma compra de imóveis em valor superior a 500.000 euros, entre outras opções de investimento. Neste caso, ao fim de seis anos, é ainda possível obter a nacionalidade portuguesa. Os americanos e os brasileiros são alguns dos cidadãos que mais têm aproveitado esta boleia, lançada em 2012, para mudarem de país. Em todo o caso, o Golden Visa exige apenas que os titulares passem entre sete a 14 dias do ano a residir em Portugal. A única desvantagem aparente é o fato de, em 2022, as regras terem mudado em relação aos locais onde é possível fazer investimentos imobiliários: no Porto e no Algarve, por exemplo, deixou de ser possível fazer aquisições. Mas ainda é possível investir no deslumbrante e exclusivo Alto Douro Vinhateiro ou em várias cidades costeiras do Norte de Portugal, como Vila do Conde.

 

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Foto interior Porto

 

 

Segurança, saúde, clima e acesso a toda a Europa

CNN Travel entrevistou várias pessoas, para perceber as suas motivações, bem como o seu grau de satisfação com a mudança para Portugal. E quase não ouviu críticas ou queixas. Antes pelo contrário. A ausência de violência, o ritmo de vida saudável, o clima ameno, a boa ligação à internet e a facilidade de viajar por toda a Europa estão entre as principais qualidades imputadas ao país do fado. Isso mesmo testemunhou Grace Veach, uma professora que dava aulas na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, mas que depois do tiroteio de 2012, na escola primária de Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, decidiu mudar para Portugal. "Queria viver num lugar onde a violência armada não fosse uma ameaça diária", afirmou a mulher de 59 anos, que agora vive em Coimbra, juntamente com o marido e o filho de 27 anos. Os três membros da família solicitaram o visto D7 de Portugal, que deve ser convertido em pedido de residência no prazo máximo de quatro meses após a sua emissão, obrigando o titular a passar 16 meses dos primeiros dois anos em Portugal. Este visto dá acesso gratuito ao Serviço Nacional de Saúde, permite trabalhar no país e, após cinco anos, permite também solicitar a cidadania portuguesa.

Bill Mauro, de 58 anos, e o marido, Marcus Laurence, de 51, ambos reformados do setor da venda de seguros, trocaram a Pensilvânia por Portugal em 2019. O casal diz ter vendido tudo o que tinha nos EUA, conseguindo transportar o que sobrou em apenas seis malas. Os cuidados de saúde acessíveis, a qualidade de vida, a segurança nas ruas, o reconhecimento do casamento e dos direitos LGBTQ+ e os mais de 300 dias de sol anuais são as razões apontadas por Bill Mauro para a mudança. A casa dos sonhos, encontraram-na numa vila, no topo da montanha, no centro do país. "Vivemos confortavelmente com cerca de 1800 euros por mês, um valor que não chegaria para pagar o seguro de saúde, se tivéssemos escolhido permanecer nos EUA."

 

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O acesso à saúde é precisamente a razão invocada por Glen Cook, 59 anos, um professor reformado, que dava aulas de música e teatro no ensino secundário, para ter decidido comprar casa em Portugal. Com ele trouxe o marido, Todd Doleshall, também reformado, e o filho adolescente. "A dada altura, percebemos que tínhamos dinheiro suficiente para parar de trabalhar, mas não dinheiro suficiente para pagar a saúde nos EUA, que tem um valor exorbitante", explicou. Antes de optar por Portugal, este casal ainda considerou outras hipóteses, como o Equador, o México, a Costa Rica, Itália e Irlanda. Mas as vantagens portuguesas suplantaram as de todos os outros países. E tiveram a prova disso mais depressa do que esperavam. “Passámos por uma situação médica catastrófica, que provavelmente nos teria levado à falência nos EUA”, afirmou, numa entrevista por escrito, Glen Cook à CNN Travel. "Aqui, tudo estava completamente coberto. Ainda estou pasmado com o fato de nunca nos terem cobrado um único euro por nenhum dos serviços prestados, que incluíram um mês de internamento nos cuidados intermédios, seguido de quatro meses de reabilitação."

De acordo com o relatório de imigração referente ao ano de 2021, os americanos representam 6.885 pessoas no universo de 698.887 que se mudaram nesse ano. Já os brasileiros são 204.694 e os chineses são 22.782. Muitos cidadãos britânicos, e agora também canadianos, estão procurando mudar-se para Portugal. A tendência manteve-se em 2022, com os cidadãos estrangeiros a comprarem casa em Portugal. De acordo com os dados recentemente divulgados pelo Banco de Portugal, os compradores não residentes representaram 12% das habitações transacionadas até novembro. Os dados dos Censos mostram que o número de estrangeiros a residir em Portugal aumentou 37% na última década e estava fixado em 542,314, o que representa 5,2% do total da população. A fácil adaptação ao país é outra das razões que justifica estes números. A língua portuguesa não é considerada a mais fácil do mundo, mas o governo oferece um curso de 150 horas para ajudar. Agradecemos tudo o que Portugal nos ofereceu como imigrantes ao receber-nos de braços abertos no seu belo país. Estamos agora tentando aprender e assimilar a língua, a cultura e a história", conclui Bill Mauro.


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