A cidade de Vila Nova de Gaia, onde cada vez mais famílias e investidores procuram comprar casa, ganha um novo trunfo: em 2026 vai ter uma estação de TGV. O comboio de alta velocidade, que vai ligar Campanhã, no Porto, a Soure, em Coimbra, terá uma estação em Santo Ovídio. É um argumento de peso para quem procura apartamentos e moradias naquela margem do Rio Douro. A linha, que será subterrânea até Serzedo, terá um custo de 900 mil euros, integralmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, um programa de aplicação nacional, que vai implementar reformas e investimentos destinados a repor o crescimento econômico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa ao longo da próxima década. O projeto está fechado e a obra prestes a arrancar.
De acordo com as explicações dadas aos meios de comunicação social pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, se trata de um novo percurso, diferente do que atualmente passa pelas Devesas. A travessia não é paralela ao mar, é uma linha totalmente nova, que desvia o TGV da orla marítima onde o comboio circula neste momento, em Espinho e Gaia, para o interior do concelho. Foi pensada para servir a futura linha até à Casa da Música. Chama-se Linha Rubi.
"Santo Ovídio vai transformar-se numa grande central distribuidora de transporte público", assegurou o autarca. Recorde-se que o projeto inicial previa que os gaienses, bem como todas as pessoas que escolhem viver naquela cidade, fossem obrigadas a deslocar-se a Campanhã, que será "o grande terminal ferroviário", para apanhar o TGV ou, em alternativa, deslocar-se a Aveiro. "Ninguém nos perdoaria se, em Santo Ovídio, no município mais populoso da Área Metropolitana do Porto, não tivéssemos a grande Montparnasse da região Norte e de Vila Nova de Gaia", afirmou o autarca, aludindo à estação ferroviária de Paris. "Esta nova infraestrutura é absolutamente decisiva", enfatizou.
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A travessia será feita através de uma ponte gêmea à Ponte de São João. Nesse trecho, o comboio não ganhará uma velocidade elevada. "Desloca-se a velocidade normal, porque faz a travessia de ponte. Só ganha velocidade a partir de Gaia", concretizou o autarca, acrescentando que se trata de uma "grande conquista" para o município.
Essa nova ponte, que vai unir o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Gaia - é a sétima travessia sobre o Douro - começará a ser construída já no primeiro semestre de 2023 e deverá ficar concluída em 2025. E será exclusivamente reservada ao Metro, aos peões e às bicicletas. Ou seja, rege-se integralmente por todos os critérios de sustentabilidade. "A nova ponte e a nova linha são o mais forte contributo para a descarbonização da mobilidade nesta região, uma vez que este passará a ser o eixo alternativo à circulação automóvel na Ponte da Arrábida e a parte da VCI", elogiou, também, por estes dias, Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto. "É um passo decisivo para um futuro limpo, sustentável e amigo das pessoas". Em comunicado, a Metro do Porto assumiu ainda que o objetivo com a construção da ponte "é o de conseguir o melhor projeto de execução, integrando-a plenamente na vida e no funcionamento da cidade".
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O projeto vencedor (houve 28 propostas nacionais e internacionais) foi desenhado pelo consórcio formado pelas empresas Prof. Edgar Cardoso – Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, Arenas & Associados, Ingenería De Diseño SLP e No Arquitectos, Lda. O desenho consiste numa ponte de pórtico com efeito de arco, toda construída em betão. Relativamente ao seu perfil longitudinal, já se sabe que vai ter uma altura superior à da Ponte da Arrábida, para não se tornar um obstáculo visual. A construção terá um prazo de execução de 970 dias e uma estimativa orçamental de 50,5 milhões de euros.
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