A Foz do Douro, área ocidental do Porto, voltada para o mar e para o rio, é a zona mais nobre da cidade para viver e para investir. As suas características são apreciadas desde o século XIX: as famílias abastadas sempre viveram neste lugar e, durante as férias, que eram de junho a outubro, as famílias da extensa colónia britânica do Porto fechavam as casas na cidade e passavam os meses de Verão ali, numa segunda propriedade, na praia. A Foz é um reservatório de qualidade de vida que não só nunca se degradou, como foi sendo sempre acompanhado pelo desenvolvimento de imóveis na mesma proporção em que preservou a paisagem. Como o Jardim do Passeio Alegre, onde toda a vida viveu o poeta Eugénio de Andrade.
As casas, dispostas em anfiteatro, estendem-se da Fortaleza de S. João à Cantareira. E no ancoradouro, a montante da Ermida do Anjo - onde foi edificado o primeiro farol português (ainda hoje local diário de romaria) - é possível observar as embarcações que testemunham a sua história piscatória e a ligação entre o rio e o mar, mas que sobretudo atestam uma beleza impossível de descrever. Por tudo isto, na segunda metade do século XIX, a Foz assumiu-se como um os locais mais cosmopolitas e atrativos de Portugal. Cresce exponencialmente, nessa altura, a procura de moradias, terrenos, prédios e apartamentos para comprar. A arquitetura começa então a associar-se ao luxo que ainda hoje a define: casas elegantes, com jardins amplos e cheios acácias, tílias e magnólias, piscinas reservadas e terraços concebidos para assegurar a privacidade das famílias. O condomínio típico da Foz é familiar, seguro e de grande qualidade.
O século XX trouxe um desenvolvimento que continuou a iluminar a Foz: olhando em frente, vê-se Vila Nova de Gaia, hoje com uma marginal completamente renovada e de cariz contemporâneo; e para Norte, estendem-se as praias de Matosinhos e de Leça da Palmeira, fronteira delimitada pela belíssima e imponente escultura "She Changes", da americana Janet Echelman. O lado novo e luxuoso da Foz, onde hoje vivem cerca de seis mil pessoas, deixou de ser uma ilha isolada e passou a ser um polo de contágio, que se estendeu inicialmente até à Boavista e que hoje já alastrou até à Baixa da cidade.
Consagrado como território de eleição, o imobiliário da Foz está a valorizar de forma sustentada há dois séculos. Mas durante muitos anos quase não houve transações, quase ninguém queria vender as suas propriedades. A escassa oferta imobiliária dificultava a vida de quem sonhava viver ali. No entanto, mais recentemente, uma vaga de nova construção tornou possível voltar a ambicionar viver na Foz, mesmo em frente à imensidão do Oceano Atlântico.
Já este ano, foi criada a Área de Reabilitação Urbana (ARU) da Foz, que vai ajudar a preservar ainda mais a identidade do local. A ideia é criar novos polos de atração, salvaguardando o seu valioso património material e cultural, e continuando a promover a qualidade de vida com a valorização dos espaços públicos e a crescente oferta de serviços e equipamentos valorizados pelas famílias.
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