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Birkin: Os 40 anos da mala mais icónica da história

Birkin: Os 40 anos da mala mais icónica da história

Em 2024, a Birkin faz 40 anos. Mas a mala da Hermès não é só uma mala, é demonstração de status e símbolo de lifestyle. Conheça a história do acessório de moda mais cobiçado do mundo.

 

Em 1983, Jane Birkin já era Jane Birkin, uma mulher inglesa estonteantemente bonita, manequim, atriz e compositora, conhecida também pelo seu estilo Haute-Hippie e pelo seu espírito livre, herança deixada por aquele comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960 que foi o movimento hippie. A famosa e sensual mulher da franja formou com o músico, pintor e poeta francês Serge Gainsbourg (1928-1991) um dos casais mais românticos de sempre. As suas vozes, combinadas, estão eternizadas na balada "Je t'aime... moi non plus", canção proibidíssima em Portugal no tempo de Salazar, por ter sido considerada um atentado aos bons costumes - e ainda hoje aquele tema faz subir a temperatura no mundo inteiro.

Jane Birkin já era Jane Birkin nesse início da década de 80. Tinha 37 anos e uma carreira internacional sólida no cinema independente. Já casara e descasara com John Barry, compositor inglês e autor do tema original dos filmes de James Bond; já se apaixonara e desapaixonara por Gainsbourg; e já havia adotado como dress code diário o charme parisiense, que não só glorificou como tornou intemporal. Jane Birkin já era tudo isto, já havia, portanto, conquistado um lugar no imaginário coletivo de quem gosta de cinema, de música e de moda. Já as malas da Hermès, empresa francesa fundada em 1837 por Thierry Hermès, ainda eram só malas.

Até que num dia do ano de 1983, Jane Birkin cruzou-se com Jean-Louis Dumas (1938-2010), antigo presidente do grupo Hermès, num banal voo de Paris com destino a Londres. O empresário milionário estava devidamente acomodado no seu lugar quando a rapariga já elevada à condição de musa europeia deixou cair todos os objetos pessoais que transportava num cesto de palha. Dumas ajudou-a a recuperar cada objeto e, no fim, perguntou-lhe: "Como seria a mala perfeita para uma mulher como Birkin?" E ela, mulher mas também mãe, respondeu: "Seria quatro vezes maior do que a mala da Hermès cujo modelo tem o nome de Grace Kelly, poderia ser usada todos os dias e até de forma aberta, para transportar objetos maiores." Dumas desafiou-a, então, a desenhar um esboço dessa mala ideal. E Birkin acedeu ao pedido, pegando num lápis e num saco de papel destinado aos enjoos aéreos. Nascia assim, ali, inesperadamente, a primeira Birkin, a mala que não é apenas uma mala, é um objeto de culto concebido a partir da pele de raros crocodilos dos Himalaias.

 

 

Criada oficialmente em 1984, em couro e lona, a Birkin mantém-se há quase espantosos 40 anos como um dos acessórios de moda mais cobiçados do mundo. Quem desejar adquirir um dos seus vários modelos originais, tem de treinar a paciência e testar a paixão. Primeiro é preciso entrar numa fila de espera que pode prolongar-se por muitos meses ou até anos. Depois, tem de estar na disposição de desembolsar uma verba que oscila entre dez e 35 mil euros. Além disso, não é possível fazer a compra pela internet, no site da marca, mas obrigatoriamente de forma presencial, numa das cerca de 300 lojas que existem espalhadas pelo mundo. Mais difícil ainda, tem de fazer prova de que já comprou várias peças da marca, uma vez que a Hermès não aceita que a Birkin seja a primeira nem a única aquisição de um cliente. Mesmo que consiga ser bem-sucedido nestes três passos, nada lhe garante que a cor ou o material que escolheu esteja disponível.

Há quem opte por comprar uma Birkin em segunda mão, mas o valor pode ser ainda mais elevado do que aquele que é aplicado a uma mala adquirida em estreia. Exemplo disso é a venda realizada em maio de 2022, pela plataforma Vestiaire Collective. Este portal de comércio de peças usadas vendeu uma Birkin Faubourg por nada menos do que 158 mil euros. Este impressionante valor superou o recorde anterior, que fora atingido seis meses antes, também por uma Birkin da Hermès. Nesse caso, a mala foi vendida por 112 mil euros. Sem surpresa, esta mala é obviamente disputada pelas casas de leilões. A mais cara, com 245 diamantes incrustados, custou 267 mil euros e foi vendida pela Christie’s, em Hong Kong.

Na sua essência, há três fatores irrefutáveis que distinguem a Birkin: é suficientemente espaçosa, para ser capaz de transportar tudo o que é preciso; é suficientemente elegante para ser utilizada numa festa sofisticada; e é suficientemente casual para poder ser usada numa ida às compras. Ou seja, é uma mala flexível, que se adapta a qualquer contexto, dispensando aquela troca sucessiva de malas e pertences pessoais, tarefa de que Jane Birkin não gostava. Tão ou mais importante, todas as malas são feitas artesanalmente, pelas mãos de artesãos que são obrigados a frequentar uma formação de cinco anos antes de cortarem ou polirem cada produto. A partir daqui, tudo é segredo. Até hoje, a Hermès nunca divulgou quantas malas produz por ano, nem onde adquire a matéria-prima para as fazer ou de que forma consegue aquelas cores únicas.

Mas nem tudo é um canto de sereia. Em 2015, Jane Birkin - ao contrário da maioria dos colecionadores, como Kris Kardashian, por exemplo, que mandou fazer um closet de propósito para expor todas as Birkin que tem em casa, a cantora francesa diz só ter tido cinco ou seis Birkin na vida, e garante usá-las até gastar todos os remendos possíveis - , exigiu que retirassem o seu nome da mala. Em causa esteve um relatório da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) que denunciou a morte violenta de crocodilos, para que a sua pele fosse utilizada em carteiras de luxo. Era precisamente o caso da Birkin - para fazer apenas uma mala são necessárias as peles de três animais destes.

 

Birkin na defesa dos animais

“Tendo sido alertada para as práticas cruéis sofridas pelos crocodilos durante a sua matança para a produção das carteiras da Hermès que têm o meu nome, pedi ao grupo Hermès para rebatizar a Birkin até que sejam implementadas práticas melhores e que respondam às normas internacionais”, escreveu a cantora, então com 68 anos, num comunicado que foi divulgado no mundo inteiro. Quase dez anos depois, isso ainda não aconteceu, porque a Hermés garantiu ter resolvido o problema: assim, a Birkin continua a ser a Birkin, um objeto que encerra várias histórias de amor e que representa um dos mais inalcançáveis objetos de desejo no mundo do luxo. Inalcançáveis para alguns, porque Victoria Beckham diz ter mais de 100 carteiras.

 

Publicação original na revista LUXIMOS Christie´s | Junho 2023


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